Foi tão, tão especial fazer esse vestido, que eu nem sei direito por onde começar, talvez pelo fato de que ele foi a prova viva de tudo que eu sempre falo por aqui, que a gente não trabalha com vestidos sob medida no sentido clássico da coisa, porque sim, estamos longe, a cliente tá aí na cidade dela, e eu tô aqui com uma fita métrica na mão e o WhatsApp na outra, então não dá pra modelar no corpo, fazer mil provas presenciais, ajustar milímetros na frente do espelho — não dá.
Mas também não é só escolher um modelo pronto e acabou.
Porque o que a gente faz é um meio do caminho mágico, que funciona lindamente quando a cliente tem coragem de misturar, experimentar, confiar.
E a Maria Antonia confiou.
A parte de cima veio de um modelo da coleção, a saia de outro completamente diferente, só que aí a gente trocou o tule da saia — colocamos um tule com brilho, porque né, debut é debut, é luz, é sonho — e depois ainda veio o laço, que veio de outro vestido ainda, de um terceiro modelo, e ali, naquele mix inesperado, nasceu o vestido da Maria Antonia.
E eu juro, foi como se ele tivesse sido desenhado pra ela desde sempre.
Ficou a cara dela. Delicado e brilhante, com personalidade e poesia, com presença de quem vai dançar a valsa sabendo que esse momento é só dela.
E eu ali do outro lado vivendo tudo, me emocionando com o vestido, com as fotos, com o processo, com a confiança.
Foi meu primeiro vestido de debutante.
E olha, se depender de mim, o primeiro de muitos.
Já tô aqui sonhando com tule, laço, babado, brilho e movimento.
Porque poucas coisas são tão bonitas quanto vestir alguém num momento que ela vai guardar pra sempre.